8 coisas sobre a Tailândia que gostava de ter sabido antes de lá ir


Aqui vai uma listinha de coisas importantes a saber antes de atravessar meio mundo para ir conhecer a Tailândia. Apesar de ter falado com imensa gente que já lá foi e de ter lido toneladas de blogues e revistas, a maior partes destas coisas foi novidade para mim e não houve nenhuma alma caridosa que me alertasse para quase todas elas. Aqui vão algumas dicas sobre cuidados básicos de saúde, de poupança e de segurança.

1- SAÚDE
A primeira coisa que me ocorre quando penso nestas duas palavras juntas, Tailândia e saúde, é a malária. Dizem que só há malária na zona norte da Tailândia e que o centro e o sul são locais tranquilos. Como sou desconfiada e sei que os interesses turísticos têm muita força (sabiam que existe malária na Grécia Continental? E que nos anos 60/70 havia malária na Sardenha e até mesmo em Portugal, na zona de Setúbal...ah pois é..), optei por tomar banhos matinais e nocturnos de repelente. Ora os repelentes que se vendem em Portugal são refresco para os mosquitos da Tailândia, daí que vale muito mais a pena, além de ser estupidamente mais barato, comprar repelente bem mais potente na Tailândia. Supostamente, o mais eficaz de todos tem aroma a citronela, mas na verdade cheira a pesticida... Mas antes isto do que andar cheia de mordidelas, porque há mesmo muitos mosquitos, principalmente nas ilhas.

As lojas de cosmética natural são uma perdição e vendem
 frascos grandes de repelente a 100 bath apenas. É quase dado.

2- EXCUSE ME????
Enquanto noutros países, até mesmo no Japão, tive a sorte de conhecer algumas pessoas que falavam inglês e que pude fuzilar com perguntas, na Tailândia não consegui falar quase nada. Até mesmo o pessoal que trabalha na área do turismo, fala mal e porcamente... Se perguntamos algo fora do guião que decoraram para vomitar no dia a dia, é vê-los com um ar aflito sem saber o que dizer. Ora isto dificulta, e  muito, a negociação de preços de passeios de tuk tuk, excursões, compras, etc. Pior, não nos permite esclarecer coisas que nos vão intrigando ao longo da viagem.

3- LEVANTAR COM AS GALINHAS
Os passeios turísticos começam todos incrivelmente cedo... Mas como a alternativa é ir por nossa conta e fica bem mais caro ( a não ser que tenhamos a fézada de conhecer alguém que quer ir para o mesmo lugar e não se importa de alugar carro ou barco só para nós, que é o ideal, e aí fazemos o horário a nosso gosto), lá temos que nos levantar bem cedo para nos irem apanhar às 8 da manhã, já de pequeno-almoço tomado. Resultado, se fizermos muito passeios, e eu fiz, arriscamo-nos a precisar de mais férias, para descansar das férias.. Ainda assim, prefiro mil vezes férias sempre a bombar do que ir uma semana para a República Dominicana de pulseirinha no pulso e não sair do resort.... Enfim, gostos.

4- PODE FALAR MAIS BAIXO, POR FAVOR?
Alguns guias com quem fiz passeios eram completamente histéricos! Não falavam, gritavam. Não pediam, davam ordens. Não explicavam, alertavam. De mefagone em riste e tudo, surreal... E ainda nos colam um autocolante ao peito para "marcar" o seu grupo de turistas...Sentimo-nos parte da carneirada e só falta mesmo o chicote. É enervante, mas tenho de admitir que uma das coisas que mais nos gritavam era de facto importante. Quando chegamos a uma praia de barco, devemos decorar o numero da nossa embarcação. É que de repente, chegam mais 30 barcos iguais e é uma aventura conseguir identificar o nosso.

Chegada à Bambu island. Passada meia hora,quase  não
se via a água nesta parte da ilha de tantos barcos que tinha

5- SE NÃO PODES COM ELES, JUNTA-TE A ELES.
Se não fossem as portuguesas que conheci em Banguecoque a dar a dica, teria gasto muito mais dinheiro em passeios. O valor  das excursões pode, e deve ser negociado. No meu caso, éramos quase sempre cinco pessoas a marcar passeios . Depois de fazer uma ronda por várias agências de viagens (e há muitas!) e de ver o preço médio dos passeios, calhou em conversa com o dono do hotel onde fiquei referir o valor que iria pagar e, eis que ele se chega à frente e diz que faz por menos. Ficámos de pensar no assunto. Quando fomos jantar, parámos em mais uma agência mas dissemos que já tínhamos um preço bom e, tcharan, baixaram também mais um pouco. a partir daqui, foi sempre a fazer bluff De um modo geral, consegue-se que cobrem por cada adulto o valor que pedem por uma criança, ou ainda menos. O facto de ter ido em época média  - Novembro - ajudou. De Dezembro a Abril é mais difícil aplicar esta táctica. Num dos passeios que fiz, calhou em conversa vários turistas comentarem quanto tinham pago por aquele passeio. Eu paguei em média 600 bath por cada passeio + almoço + taxa de entrada nos parques naturais, uma indígena tailandesa que falava bom inglês pagou 500 mas havia quem tivesse pago pelo mesmo passeio  1000 bath.... Taditos, ficaram com uma cara quando viram como foram enganados...

6 - "DESLARGUEM-ME" POR FAVOR!
O assédio nas praias é quase uma constante. Ele é vendedores de souvenirs, de comidas, de bebidas e, claro, imenso pessoal a querer fazer massagens. Acho mesmo que há mais casas de massagens do que restaurantes, sobretudo em zonas de praia.  Se quisermos paz e descanso, temos de fingir que estas pessoas são invisíveis, o que de início me parecia falta de educação, mas depois, teve que ser a bem da minha saúde mental, ou não fazia outra coisa senão dizer "Agora não...".


Quem está nas cadeiras ainda é mais assediado pelos
vendedores e massagistas ambulantes.

7 - PAGA QUE É TURISTA
Nas zonas de praia, as deslocações de tuk tuk são muito caras, se tivermos em conta que cobram o mesmo que os táxis pelas deslocações. Os condutores não se mexem por menos de 200 bath, e isto para fazer viagens curtas. De Krabi ao aeroporto (18 km) pedem entre 500 e 600 bath. Apetece dizer-lhes "Vão roubar para a vossa terra". Mas já lá estão. E claro, tudo o que sejam compras - artesanato, roupa, gadgets, etc - custa mais 30 a 40% em Krabi do que custa em Banguecoque. Já depois de regatear. E como é tudo igual, mais vale deixar as compras para o fim, caso o regresso seja via Bangecoque. Com a cerveja, também somos roubados à força toda. O valor de uma garrafa chega a custar o triplo do valor da refeição... Upa upa...


O passeio com jantar ao pôr do sol. Foi depois de jantar
aqui que tive umas das experiências mais incríveis da
minha vida que espero um dia poder repetir.


8-  RAILAY BEACH
Aparentemente, a Tailândia é um país pacífico e os turistas podem movimentar-se com segurança pelo país. Por isso mesmo, eu a S., depois de vivermos uma das experiências mais incríveis das nossas vidas durante um passeio de barco nocturno onde pudemos nadar com plâncton luminescente (sim, tal e qual como acontece no filme "A Praia"), quisemos mais. Mas não havia ninguém a fazer esse passeio apenas. Ou repetíamos o tour "Sunset + Mosquito island" de 6 horas que já tínhamos feito (começou às 16h) ou arranjávamos alguém para nos levar a Railay beach, a 10 minutos de Ao Nang, onde passámos uma semana. Mas nada, ninguém sabia de quem nos poderia levar de noite a Railay, a não ser algum pescador bem disposto. Estivemos quase quase a ir com um, mas depois ouvimos umas histórias medonhas de turistas violadas, histórias essas confirmadas na net, e esquecemos logo a ideia.  Mas se alguém me tivesse dito que ficando alojada em Railay, uma zona com acesso só por mar, poderia nadar todas as noites na ponta da praia com plâncton luminescente, tinha lá ido seguramente. Pena não dar para fotografar. Mas imaginem-se rodeados por um contorno luminoso e pontinhos de luz dentro de água e quanto mais se mexem, mas brilhantes ficam as luzes. É in-crí-vel! E a Tailândia é um dos melhores países do mundo para ter esta experiência. Foi uma grande surpresa. O melhor momento da viagem.


Visita ao mercado flutuante Taling Chan (Banguecoque)









Sábado em Banguecoque é sinónimo de mercados flutuantes. E eu que pensava que havia apenas um, só quando comecei a fazer o TPC da viagem é que tive noção de que existem imensos mercados flutuantes! O maior e mais famoso de todos, o Damnoen Saduak, acaba também por ser o mais turístico. Fica a a quase duas horas de autocarro da cidade,ou seja, só em viagens é muito fácil perder quatro horas, o que me desmotivou por completo. Sabendo que existiam outros mercados mais próximos e mais autênticos, optei por ir a Taling Chan que tem um mercado em terra junto a um canal e permite fazer passeios de barco ao longo dos quais podemos ver pequenos barcos de vendedores. Mas do que gostei mesmo foi do mercado de pronto-a-comer junto ao cais, em terra. De toda a comida de rua que vi, e vi muita (Banguecoque é um autêntico mercado ao ar livre) este foi o único local onde tive coragem de comer. Tinha tudo muito bom aspecto e um ar asseado que o inspector da ASAE que há dentro de mim aprovou facilmente. Provei várias coisas que até então desconhecia. Se há coisa que me fascina quando vou a outros países, sobretudo em destinos com culturas tão diferentes, são os hábitos alimentares. Como adoro comer e também gosto de cozinhar, fico sempre maravilhada com a culinária asiática que usa e abusa de vegetais, ervas e frutas exóticas para criar pratos coloridos que, de um modo geral, agradam ao palato. E aqui, os euros rendem de tal forma que nos podemos dar ao luxo de provar tudo o que nos apetece.










Depois deste curto rally culinário, seguiu-se mais um um passeio pelo canais, desta vez com sol e, antes de ir embora, apanhei uma festa tradicional com um dragão chinês, danças e cantorias tradicionais. Adoro estes imprevistos e só não fiquei mais tempo por aqui porque ainda queria ir visitar outro mercado durante a tarde, o melhor de todos dos que vi na Tailândia, o imperdível Mercado Chatuchak.