Setenil de Las Bodegas: Será que vou encontrar os Flinstones?









E pronto, era esta a vila que estava no top das visitas a fazer nestas férias pela Andaluzia no Verão do ano passado: Setenil de Las Bodegas, a duas horas e meia de carro do local onde fiquei alojada e a 20 minutos de carro da espectacular vila de Ronda.  Desde que vi imagens desta vila numa revista de viagens que andava em pulgas para lá ir. É que apesar de quase ninguém ter ouvido falar desta terreola onde nos cruzamos apenas com meia dúzia de outros turistas na rua, devo dizer que foi um dos lugares mais curiosos que já visitei até hoje em Espanha. Setenil tem várias escarpas rochosas com casas incrustadas na rocha e o efeito visual desta combinação entre cimento caiado de branco e a Natureza é bem engraçado. 






Este vídeo mostra bem o enquadramento paisagístico deste pueblo blanco que me fez recordar os desenhos animados dos Flinstones que via em pequena. Visitar esta vila fez-me recuar duas vezes no tempo: até ao meu imaginário de infância e até à pré-história. Valeu a pena cada quilómetro de viagem percorrido para aqui chegar. Este lugar é, literalmente, uma pedra!


Praias da Andaluzia

Praia Atlanterra, a 3 km de Zahara de los Atunes
A praia de Atlanterra prolonga-se até à praia de Zahara de Los Atunes

Praia dos Alemães (sim, os alemães dominam na compra de imobiliario...)

Gostei das casas de férias desta zona, com pinta sem serem ostensivas no luxo

Quando decidi ir passar férias para a zona de Tarifa, no sul de Espanha, sabia que a região estava repleta de pueblos blancos, pitorescas aldeias de montanha com casinhas brancas e ruas empedradas e, por vezes, um castelo no topo. O que não fazia ideia é de como seriam as praias de Tarifa e arredores porque nunca tinha andado por estas bandas. Sabia apenas que esta zona é super, ultra, mega ventosa, não fosse Tarifa uma meca do Windsurf.. Foi por isso uma boa surpresa encontrar as praias que aqui mostro, apesar do vento não dar tréguas nalgumas delas. Em Zahara e em Tarifa as pessoas até têm guarda-sóis especiais que resistem ao sopro furioso do vento. Eu não tinha... Nestes dias de vendaval, quase toda a gente foge para as praias vizinhas, mais abrigadas, como Atlanterra. Mas quando toda a gente tem a mesma ideia e se abriga na mesma zona da praia, digamos que estar em cima de outras famílias não se torna nada agradável pelo que mais vale fazer 15 ou 20 kms de carro e ir para Cadiz ou para Conil. E não se está nada mal nem numa nem noutra. Se em beleza natural a praia de Atlanterra superou as expectativas com a sua agua completamente turquesa, em conforto, espaço e ondas para bodybord não há como a praia de Conil. Só é pena este nome duvidoso.... "Ah, e tal, para que praia vais hoje?"- Resposta: "Vou para o Conil". Pois...

A praia a de Conil e grande, tem agua quente e ondas perfeitas para o bodyboard
Por vezes vemos uma especie de neblina junto ao mar.
Trata-se da areia a esvoaçar..
A entrada para a praia de Valdevaqueros
A praia de Tarifa é gigantesca mas o tamanho é quase sempre proporcional
à força do vento....  Não admira que estejam quase sempre às moscas.
Uma imagem muito comum nestas praias,
emigrantes africanos a fazerem pela vidinha
A costa junto a Conil de La Frontera 
Cádiz foi uma bela surpresa. A cidade está toda ela esparramada à beira-mar
com óptimas praias, todas elas com chuveiros, lava-pés, casa de banho e bares.
Resumindo, para quem gosta de estar muito tempo na praia e praticamente não pegar no carro, Tarifa não é uma boa escolha. O vento é do mais irritante que há e garanto-vos que vão comer alguns cabelos e grãos de areia. Mas quem gosta, como eu gosto, de estar apenas algumas horas a torrar ao sol, não se importa de pegar no carro para procurar praias sem vento e adora explorar as vilas históricas que se podem conhecer em redor (e são tantas), vale muito a pena vir para aqui. Durante estas férias conheci dois dos locais mais incríveis que alguma vez vi em Espanha. Foi por causa de um deles em particular que quis tanto vir passar férias para aqui. É só aguardarem pelo próximo post para ver se também ficam em pulgas para lá ir. 

5 locais a visitar com vista panorâmica do Rio de Janeiro

Não, não vou escrever sobre os dois locais mais óbvios que todo o turista visita numa primeira viagem ao Rio de Janeiro - o Pão de Açúcar e o Cristo Redentor. É claro que vale a pena ir conhecer estas duas atracções com vistas deslumbrantes mas como esta foi a minha terceira ida ao Rio fiz questão de ir descobrir outro dos muitos locais onde podemos contemplar outras perspectivas da cidade. São menos conhecidos mas merecem uma  visita porque estas vistas panorâmicas onde selva e betão se combinam numa harmonia tão especial nunca cansam o olhar. 

1 - PARQUE DAS RUÍNAS






O Parque das Ruínas é um casarão dos anos 20 no topo do bairro de Santa Teresa onde, em tempos que já lá vão, se davam grandes festas para a elite carioca e não só. Dizem que vinham convidados de todo o mundo a estas festas. Hoje em dia funciona como Centro Cultural Municipal e tem também um bar. É um local com um ambiente único e acolhedor onde saber bem sentar por alguns momentos ao sabor de uma bebida fresca.

2 - VISTA CHINESA





Já tinha ouvido falar deste miradouro e até visto imagens em algumas novelas. Para aqui chegar convém vir de carro porque este local fica no meio da floresta da Tijuca. Para lá chegar quase esquecemos que estamos numa grande cidade porque atravessamos a floresta, passamos ao lado de cascatas onde se pode tomar banho e quase não vemos construções à beira da estrada. Depois damos de caras com esta vista absolutamente fabulosa da zona Sul da cidade. O nome deste local parece ter origem nos chineses que emigraram para o Rio a mando de D, João V para cultivar chá no Jardim Botânico.

3 - PEDRA BONITA



Ainda não foi desta que me atirei de párapente porque as condições atmosféricas não estavam boas e se eu já ia hesitante foi o que bastou para desistir da ideia. Estive mais de 40 minutos no local a ver a vista, a aguardar que as duas pessoas da foto saltassem (ainda lá estavam quando me vim embora) e a brincar com os macaquinhos residentes e sempre a escutar a conversa entre os instrutores e os técnicos que analisam a velocidade e direcção dos ventos. A coisa não estava fácil naquele dia.  a parte boa foi que poupei quase 100 euros, valor aproximado do salto. 

4- PEDRA DO ARPOADOR



Adorei este lugar por me sentir quase dentro de água e por permitir ter uma visão completa das praias do Arpoador, Ipanema e Leblon. O clima também ajudou, estava um sol radioso pelo que a vista foi acompanhada de uma água de coco bem gelada. Deu ainda para estar à conversa com o voluntário que se encarrega da jardinagem desta pedra, um senhor bastante humilde que merecia um prémio pelo seu empenho. Afinal, assistir aqui ao pôr do Sol é um dos programas gratuitos mais interessantes da cidade. Com direito a aplausos e tudo!


5- "MURETA" DA URCA



Almocei neste muro um caldo de peixe divinal, empadas de palmito e uma cerveja gelada uma hora antes de ir para o aeroporto. Não foi preciso nem mesas nem cadeiras, é tudo na base do improviso e o muro serve de apoio a toda a gente que aqui vem. Depois é deixar o olhar viajar pela baía da Guanabara enquanto desfrutamos da sensação de estar quase dentro de água. Esta foi a melhor despedida que eu poderia ter da Cidade Maravilhosa. 

Escadaria Selarón, a arte urbana mais famosa do Rio de Janeiro.


Existem 215 degraus ao longo de 125 metros de comprimento.
Esta escadaria liga o bairro da Lapa ao bairro de Santa Teresa



Foi só na terceira viagem ao Rio de Janeiro que tive, finalmente, a oportunidade de ir ver as famosas escadas Selarón. Nas viagens anteriores andei lá perto mas não as encontrei. A verdade é que também não as procurei bem. Mas, desta vez, era uma das minhas prioridades visitar esta escadaria toda decorada com ladrilhos e azulejos pelo pintor e ceramista chileno Jorge Selarón (1947). Ao longo de 20 anos, Selarón foi decorando e redecorando esta encosta do bairro da Lapa com desenhos e mensagens em homenagem ao povo brasileiro. E se nos primeiros anos era ele que escolhia os ladrilhos e azulejos a utilizar, adquiridos com o pouco dinheiro que ganhava com a venda de quadros, com o passar do tempo começou a receber ofertas vindas dos quatros cantos do mundo (130 países) que começou também a assentar nas escadas e muros laterais, nem que para tal fosse necessário ir retirando algumas composições colocadas anteriormente. A obra atraiu tantas atenções que, em 2005, a escadaria Selarón foi classificada como Património da Cidade do Rio de Janeiro.


A escadaria Selarón já foi tema de inúmeras reportagens, documentários, entrevistas e até já serviu de fundo no videoclip de "Walk on" dos U2....


...e no um videoclip do Snoop Dogg.



Ao longo da escadaria passamos por várias casas de arquitectura colonial.
 Era numa casas destas que vivia Selarón desde 1990, depois de ter passado
por mais de 50 países. Era aqui, no Rio de Janeiro, que ele se sentia em casa.

Até Janeiro de 2013, era normal encontrar Selarón a trabalhar na "Escadaria do Convento de Santa Teresa",o nome original deste local, rodeado de pessoas que o acompanhavam com frequência,  Ele costumava dizer que esta obra só ficaria terminada no dia em que morresse. E esse dia chegou às 7h20 da manhã de 10 de Janeiro de 2013 quando o corpo do artista foi encontrado carbonizado com uma lata de dissolvente ao lado, precisamente na escadaria que lhe deu fama. A polícia acredita que o artista se tenha suicidado já que andava deprimido por causa de uma zanga com um vizinho que era seu colaborador, herdeiro e, há quem diga, seu companheiro de quarto. A zanga foi tão feia e deu origem a ameaças de tal ordem e a actos de vandalismo que Selarón chegou mesmo a fazer queixa na polícia. Mas sabe-se que a pressão de que foi vítima fez com que verbalizasse o desejo de se matar.  Na véspera da sua morte pediu para ficar sozinho depois de falar com todos os seus amigos mais próximos, em gesto de despedida.  De manhã, despejou diluente na cabeça e dirigiu-se para a escada que o imortalizou.


Petiscos e comida de rua no Rio de Janeiro

As empadas "king size" do Boteco da Garrafa (em cima)
eo caldinho de Feijão com torresmos e salsa (em baixo).


O Boteco da Garrafa fica na rua principal do bairro da Lapa, na esquina
da Rua Lavradio com a Avenida Mém de Sá mesmo ao lado do famoso bar
de samba  ao vivo "Carioca da Gema"
Há água de coco em quase todas as esquinas por 4 reais.
Também é comum ver vendedores de suco de cana
feito na hora mas acho doce demais,
Muitos dos vendedores de água de coco também vendem biscoitos Globo
 que são feitos com polvilho. São biscoitos super leves com um leve sabor
a queijo e os cariocas adoram comê-los na praia.

Uma das coisas que adoro no Brasil, entre muitas outras, é a facilidade em petiscar alguma coisa em qualquer bar, lanchonete ou café. Existe um verdadeiro culto do salgadinho. E se em Portugal temos os croquetes, os rissóis, os folhados e as chamuças, no Brasil temos as empadas, os pastéis de carne, o kibe e as coxinhas de galinha. Posso dizer que durante o dia, por causa do calor, alimentava-me a sucos naturais e...empadas. No Boteco da Garrafa, que tem este nome por servir apenas cerveja em garrafa de várias origens (brasileira, argentina, uruguaia, alemã e belga), provei as empadas com o ar mais apetitoso que alguma vez vi. É certo que em Portugal também encontramos empadas de galinha com facilidade, mas no Brasil elas têm o dobro do tamanho e estão disponíveis numa quantidade invejável de sabores. As empadas do Boteco da Garrafa têm a particularidade de serem abertas, ou seja os recheios estão à vista. Podemos escolher empada de catupiry (um tipo de queijo), de palmito, de aipim, de camarão com catupiry, de carne seca.... Os "garçons" estão sempre a circular na sala de bandeja de mão o que é uma verdadeira tentação. Dá vontade de provar todas, mas fiquei pela de galinha com catupiry e não me arrependi nada da minha escolha.
Uma típica montra de salgados com kibe, coxinhas, empadas e pastéis.
Um bar de sumos. As minhas perdições são o suco de
goiaba, o de abacaxi e o de laranja com acerola.

O interior da Confeitaria Cavé (em cima) e a fachada exterior (em baixo).
Esta casa fica na Rua Sete de Setembro.


Vale a pena fazer um pequeno almoço ou um lanche na Casa Cavé, uma Confeitaria histórica criada por um francês em 1860.  Pode não ser tão bonita quanto a Confeitaria Colombo mas é mais antiga, bem mais tranquila, menos turística e mais barata. Lanchei aqui um chá gelado e uma fatia de bolo de cenoura com cobertura de chocolate que era tão grande que deu para três pessoas...

Queijo assado, um dos dos meus petiscos brasileiros de
eleição, e espetadas de carne e de linguiça.
Milho verde assado.
E deixo o melhor para o fim: o Bar da Urca. Aqui o útil junta-se ao agradável. Esta casa especializada em empadas fica no bairro da Urca mesmo em frente à Baía da Guanabara com uma paisagem divinal. Estava no auge da sua fama quando a visitei. O bar é bem pequenino, não tem cadeiras nem mesas no interior, nem esplanada no exterior, mas os clientes improvisam uma sentando-se no muro que separa a calçada do mar e ficam ali sentados à conversa a comer empadas deliciosas e a beber cerveja gelada. A massa destas empadas desfaz-se na boca e os recheios, ainda mornos, são irresistíveis. Eu provei a empada de sirí (um tipo de caranguejo) e a empada de palmito. Mas da próxima vez que for ao Rio quero ir lá jantar, ora vejam imagens de alguns pratos aqui.




O muro onde me sentei a saborear um caldinho de marisco
que estava uma delícia!  Vale a pena provar.


O Bar da Urca tem ganho tanta fama e tem sido referido em tantas publicações e sites brasileiros e estrangeiros que os donos deste bar já compraram o andar de cima e criaram um restaurante com esta vista inspiradora que se pode ver nas fotos e que os olhos também podem comer. Não admira que esta"mureta" (termo que significa "muro") seja uma das mais concorridas do Rio de Janeiro.