Onde ficar alojado no Japão?


A vista do Toyoko Inn Kabuku Cho, em plena "red light district"de Tóquio

Ora bem, é importante frisar o seguinte, para combater de uma vez por todas o mito de que no Japão é tudo caríssimo. Uma noite num hotel mediano é mais barata do que em Londres, Paris ou Nova Iorque. É que não há sequer comparação! Em qualquer uma destas cidades, conseguir um quarto com pequeno-almoço num hotel de três estrelas que seja bastante central dificilmente fica por menos de 100 euros. Talvez fique mais barato através de pacotes de viagens. Mas no Japão é fácil encontrar hotéis que cobram 70 a 80 euros por um quarto de casal com pequeno-almoço, em locais centrais. Os quartos são é mais pequenos do que aquilo a que estamos habituados (parece que estamos na casinha dos Pin y Pons), mas isto é perfeitamente normal num país onde uma família de quatro pessoas vive, em média, numa casa de 50 a 60 metros quadrados. Ainda assim, os quartos, apesar de pequenos, são ultra limpos e estão equipados com todas as comodidades: TV satélite. Wi-Fi, yukatas (roupão), chinelos, gel de banho, shampoo e amaciador, secador de cabelo, chaleira e chá verde e, "last but not least", as famosas sanitas japonesas que apetece arrancar do chão e trazer para a nossa casa! Mas estas sanitas terão a devida atenção num post mais à frente só para elas. Quanto a valores,  80 euros é um preço perfeitamente razoável, mas é possível gastar ainda menos alugando apartamento via Airbnb ou Vivre le Japon, ficando em Hostels, em Guest Houses ou em apartamentos como o Sakura,. Mais barato ainda é ficar em ryokans (as pousadas tradicionais japonesas com tatamis no chão e futons em vez de camas) ou optar pelas minshuku, que são ryokans mais básicos, com quartos pequenos e casa de banho partilhada, o que no Japão inspira total confiança dada a obssessão pela higiene. Nos ryokans encontram-se facilmente quartos a 60 euros e nos minshukus é possível dormir por 40. Basta fazer uma pesquisa no Google com estes termos para confirmar este valores. Onde é que em Nova Iorque, por exemplo, se conseguem estes valores num hotel central com pequeno-almoço? Sugestões? Anyone? É que sou toda ouvidos.

O Hotel Toyoko Inn de Shinjuku. bem no meio do bairro vermelho.

Depois de ler "n" comentários a hotéis no tripadvisor, escolhi os da cadeia japonesa Toyoko Inn para dormir em 3 dos 5 hotéis escolhidos. São unidades com localizações centrais e mais focados num público empresarial do que em turistas. Mas como praticam bons preços e têm um bom serviço e boa localização, acabam por ser a escolha de muitos viajantes. A única desvantagem é servirem pequenos-almoços tipicamente japoneses, compostos por sopa miso, arroz e legumes. Mas também têm café e alguns bolos e pães adocicados. Manteiga é que não há. E leite, só existe em embalagens que equivalem a uma colher de sopa. Ou seja, todas as manhãs, passava quase10 minutos a preparar um galão, enchendo o tampo da mesa com pequenos invólucros de leite bque ia despejando no copo,  enquanto alguns japas ficavam a observar de soslaio para a "doida-da-ocidental -devoradora-de-leite". Mas pelo menos dava para aguentar o apetite até encontrar o Starbucks mais próximo, o que é relativamente fácil porque fazem um enorme sucesso entre os japoneses. Felizmente! Com o jet lag dos primeiros dias, nada como um balde" de café para acordar.

Pequeno-almoço tradicional japonês. 
Deixo só mais uma nota para quem vai ao Japão. Se acordarem a meio da noite com o hotel a estremecer por completo, é normal, ok? Há 8 anos atrás, na minha primeira ida ao Japão, estava quase a adormecer no quarto do Hotel Keio Plaza quando, de repente, o hotel começou a tremelicar forte e feio. Durante alguns segundos, que pareceram anos, não percebi bem o que se estava a passar, até que o prédio começou a balançar a sério, pregando-me um dos maiores sustos da minha vida. Aí não tive dúvidas de que era um terramoto. Soube mais tarde, pelo telejornal, que foi de 5.7 na escala de Richter... Que pontaria, tinha de acontecer logo na segunda noite de viagem... "Japan many earthquakes", disse-me o rapaz da recepção do hotel num inglês macarrónico quando, minutos após o episódio, lhe fui perguntar, enquanto tentava disfarçar o pânico, se podia ir dormir descansada, em busca de algum consolo. O que eu queria mesmo era um colinho, de tal forma estava assustada. Enquanto o meu coração batia que nem louco, toda a equipa do hotel mantinha um ar sereno. Isso deveria ter-me acalmado, mas não resultou e devia ter logo enfiado um xanax pela goela abaixo... Passei a noite toda em branco.

O quarto onde fiquei no Ryokan Murayama, em Takayama. Os hotéis estavam
esgotados devido ao festival de Outono. Mas acabou por ser a cama mais
confortável onde dormi no Japão e o maior quarto, com cerca de 35 metros
quadrados. E tinha casa de banho ocidental. Yes! Vivam os ryokans.
O "onsen" do ryokan Murayama. De um modo geral, todos os ryokans têm
estes tanques para banhos termais. Alguns são ao ar livre e têm vistas fabulosas.
 Homens e mulheres nunca se misturam e toda a gente anda nua com
a maior das naturalidades.  É uma experiência relaxante e memorável.

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