Onde dormir em Edimburgo




Edimburgo tem imensos Bed&Breakfast e Guest Houses. Mas a minha escolha recaiu no Alisa Craig, um pequeno hotel num edifício Georgiano do início do séc. XIX, na Royal Terrace, uma rua comprida do bairro de Calton Hill, que tinha hotéis e B&B porta sim porta sim, a perder de vista! É uma zona de fácil estacionamento, perfeita para quem chega de carro alugado. O hotel que escolhi tinha ainda a vantagem de ter Wi-Fi gratuíto e de ser um dos poucos hotéis do Booking.com que disponibilizava quartos familiares por um preço decente. Em Edimburgo, os preços dos alojamentos são mais elevados do que no resto do país. Em contrapartida, nas zonas de estacionamento pago, só se cobra entre as 9h00 e as 18h00, Não é a pouca vergonha de Portugal onde, em muitos locais, se paga até à meia-noite quer seja segunda-feira ou domingo...
Voltando aos alojamentos, quem estiver sem carro pode optar por ficar na zona histórica da cidade, embora este local onde fiquei fique a apenas 20 minutos a pé do centro. Não sei se é vão ter um quarto tão grande como este onde fiquei. Tinha uma área gigantesca e um pé direito enorme. Ainda assim, era muito acolhedor. E o pessoal do hotel era de uma simpatia desconcertante. Doces e atenciosos. Cada noite ficou em cerca de 120 euros com pequeno almoço inglês incluído. Um preço razoável tendo em conta o nº de pessoas, quatro, o tamanho do quarto, a época alta e o mega-evento que decorria naquele fim de semana:. a Gay Parade de Edimburgo, cuja concentração de gente se deu uma rua abaixo do hotel. Estava animada a zona, cheia de Maria rapazes de cabelo curto, camisas de flanela XXL e Doc Martins e muitos homens de bigodaça, cabeça rapada, t-shirts de manga cava e coletes de couro. Não admira pois que os restantes estabelecimentos da rua estivessem todos com a lotação esgotada.




Enquanto passeava na cidade, encontrei este hotel low cost num local bastante central. Estava um casal de brasileiros a fazer o check in numa máquina (sim, numa máquina) e aproveitei logo para meter conversa e perguntar que tal era o hotel. É limpo? Sim. Tem casa de banho privativa? Tem. E existe espaço para pôr as malas? Existe. tudo isto por cerca de 55 euros a noite se marcado com antecedência.... Estamos sempre a aprender. Nessa mesma noite  fui pesquisar a cadeia Travelodge na net e descobri que têm hotéis em todo o Reino Unido e também em Madrid e Barcelona. E a preços que parecem mentira.

Dois dias em Edimburgo

Só na Princes Street,a  rua que divide a cidade ao meio,
vi quatro  pessoas a tocar gaita de foles, incluindo este pequenote.

Edimburgo foi a cereja em cima do bolo para fechar as férias em beleza. Depois de uma semana e dois dias a circular pelos lagos e montanhas das Highlands, onde devem existir cerca de 300 ovelhas por cada pessoa, soube bem um "boost" de urbanismo, ainda que a capital escocesa se veja num dia (sem contar com idas a museus e ao castelo). Toda a gente que eu conheço e que já visitou Edimburgo diz que esta cidade é incrível. E deu para perceber porquê. Tem uma geografia fantástica, está estupidamente bem conservada (nalgumas ruas, ainda se sente bem o espírito medieval de outros tempos) e escuta-se música por todo o lado. E depois, temos a imagem constante e desconcertante dos homens de saias... Muitos homens de saias. Julgava que os ia ver aos magotes nas zonas rurais, mas foi aqui, na cidade, que os vi a torto e a direito. Homens de saias de todas as idades e de diferentes tribos Vi saias clássicas, saias de gala, saias góticas, saias street wear.... Enfim, saias para todos os gostos e feitios. Foram três noites (dois dias) muito bem passados que deixaram muita vontade de voltar noutro ano, durante o mês de Agosto, quando o cartaz de actividades culturais do Festival de Edimburgo é simplesmente arrebatador. É bom saber que a easyjet voa para Edimburgo.

Família a passear nos jardins da Princes Street

Trajes de gala de um casamento tipicamente escocês no luxuoso
Hotel Baltimore.

Stirling num dia muuuito cinzento



A cidade de Stirling foi crescendo em redor do castelo


A última vez que este castelo serviu de fortaleza defensiva foi em 1746
quando foi atacado pelos Jacobitas. Maria, a Rainha dos Escoceses, viveu aqui.

A Casa dos Duques de Argyll (sec. XVII)

Dizem que Stirling é uma das visitas obrigatórias para quem vai à Escócia. E mesmo com chuva, numa tarde verdadeiramente horripilante, deu para perceber que deve ser verdade. Mas o vento e a chuva eram de tal ordem, que só saímos do carro junto ao castelo para tentar fazer umas fotos. Não deu mesmo para mais, com muita pena minha. Fica na lista de locais a visitar se um dia voltar a Edimburgo, já que fica a menos de uma hora de comboio. Pelo menos deu para ver o castelo de relance, um edifício imponente de estilo renascentista que data do séc. XV e foi erguido no topo de um penhasco rochoso. Mas soube a pouco.

Doune Castle, o castelo dos Monty Phyton.

O Castelo foi construído para servir de residência ao Duque de Albany
em finais do séc. XIV. Visitá-lo é conhecer de perto como era a vida em família
 na época medieval.


O filme dos Monty Phython "Em busca do Cálice Sagrado"
 foi filmado neste castelo,.


Estávamos quase a chegar a Stirling quando na pequena vila de Doune vimos um portão majestoso e uma tabuleta a indicar a presença de um castelo. Já estava tão desapontada com estas tabuletas, que frequentemente me levavam a uma cancela ao lado de uma bilheteira de onde nem sequer se via o castelo, que estive quase para seguir em frente. Mas o portão era tão bonito e tinha acabado de ver um carro a entrar. Ora como boa tuga que sou, quis ir atrás e, para meu espanto, ali estava o castelo bem à vista de todos, sem cancela a barrar a entrada no recinto. Doune Castle é um castelo medieval, do séc. XIV que serviu de residência real. Fica a 13 km de Stirling e foi uma das boas surpresa, já que não tem grande destaque nos guias de viagem, ainda que tenha servido de cenário a um filme dos Monty Phyton. 

Escócia:os rápidos de Dochart











Quando descíamos de carro de Inverness para Edimburgo, ao passar em Killin (já bem perto de Loch Lomond), demos de caras com este cenário inspirador: os rápidos de um rio, uma ponte de pedra, as ruínas de um convento, um pub coladinho á água e várias casinhas com chaminés fumegantes. Um sítio lindo que não é referido nos guias. E assim que nos começámos a afastar de Killin, encontrámos finalmente um animal que eu andava em pulgas para ver ao vivo e a cores: o boi Rothiemurchus, uma raça que parece ter sido tele-transportada do período Jurássico para os nossos dias. Uns bois fofinhos, com um ar ternurento,   típicos das Highlands. Até aqui, ainda só os tinha visto na versão "peluche".


Aviemore e Pitlochry


As montanhas Cairngorms
Um mural que reclama a independência da Escócia. Foi o único vestígio que vi
de oposição ao regime porque, regra geral, os escoceses têm muito orgulho
em pertencer ao Reino Unido e adoram a família Real.

A estação de comboios de Aviemore data da época vitoriana. Está muitíssimo
bem preservada. Passam aqui comboios a vapor que fazem percursos turísticos
mas, curiosamente, Aviemore não é referida na maior parte dos guias.



Pitlochry é uma cidade que ganhou fama devido aos seus tanques
de salmão

Pitlochry é outra cidade que parece uma aldeia. Ficou famosa depois da Rainha Vitória  lhe ter feito um elogio. Em Inglaterra é assim, terra onde uma raínha dê um traque, ganha logo uma enorme notoriedade. Para lá chegar, fizemos uma estrada que liga Inverness a Edimburgo, atravessando uma reserva natural (são tantas), as Cairngorms, um maciço montanhoso (1309 m de altitude máxima), muito frequentado no Inverno para desportos de neve. Foi aqui, em Pitlochry, que parámos para esticar as pernas na hora do lanche. E com um propósito na mira: ir espreitar o dique da central eléctrica onde se podem ver os salmões a subir o rio. 

Ponte que liga a cidade ao dique da central eléctrica









Os correios que parecem retirados de um conto do Noddy

Atravessar a Escócia de carro nunca é aborrecido. A sensação que temos é a de que o país é uma enorme reserva natural. As cidades parecem vilas e as vilas parecem aldeias. A água está sempre presente, quer seja na forma de mar, rios, lagos e riachos ou chuva e chuviscos. É raro não haver uma ovelha ou uma vaca no horizonte. O silêncio impera. E as paisagens têm um poderoso efeito anti-stress.