Murais e graffitis de Nova Iorque

É fácil encontrar murais de qualidade um pouco por todo o lado. Até porque muitos deles são feitos de encomenda, para uso publicitário, quase sempre de estabelecimentos comerciais que aproveitam parte da fachada. Mas também se encontram pinturas feitas em homenagem de alguém que já partiu do mundo dos vivos e outras de carácter mais espontâneo. Vi algumas engraçadas, mas nada que chegue aos calcanhares dos murais e graffitis de Berlim. A milhas...

Bar em East Village com nome de uma figira histórica, o Doc Holliday.

Pintura em homenagem a Joe Strummer, vocalista dos The Clash.




A original decoração de um prédio a fazer "pendant"
com o logotipo da Loja Desigual, mesmo em frente ao Macy's

Nova Iorque: Lojas "amiguinhas"

Amiguinhas porque conseguimos sair de lá de dentro com um sorriso nos lábios e, por vezes, com um saco cheio de tralhas em cada mão, sem gastar uma fortuna. É claro que o facto de serem lojas de marcas americanas, já de si baratitas, e em saldos de Primavera, ajudou e muito! Refiro-me a lojas como a GAP, a Old Navy (que pertence à GAP) e a Forever 21. Depois, lá está, vale imenso a pena comprar ténis All Star e Skechers, cujos preços andam entre os 35 e os 45 dólares, consoante o modelo. Dá vontade de trazer uns de cada cor... Por mim falo, que andei durante os 6 dias da estadia a pensar se trazia uns All Star brancos, pretos ou cinzentos e mudei de opinião todos os dias, várias vezes ao dia, para acabar por trazer uns branquitos que misturam pele e tecido. Lindos de morrer e já são meus!
Reina a febre dos Shape Ups, uns ténis das Skechers que prometem
deixar o rabiosque mais firme. Nãã...
Consta que o Macy's está no Guiness por ser a a maior loja do Mundo.


Dica de amiga: Quando entrarem no Macy's (Já referi que era mesmo ao lado do meu Hotel? Um perigo...), façam como eu se querem manter a sanidade mental. É ir direitinhos ao que procuram e sempre a decorar os sítios todos por onde vão passando,  fazendo uma cábula mental, que é para conseguirem sair pela mesma porta ´por onde entraram e ir dar à mesma rua de onde vieram. De outra forma, garanto-vos que perdem tempo e paciência a retomar a rota.
Outra dica de amiga que muita gente não conhece. Quem se dirgir ao balcão de apoio ao cliente do Macy's e provar que é estrangeiro, apresentando um documento de identificação, recebe um "cartão-maravilha"  que permite ter 10% de desconto em TODAS as compras da loja e com uma validade de duas semanas. Apanhei uma fila que, de in´cio, me intimidou. Mas depois percebi que nos atendem rapidinho. E fui logo estrear o belo do cartão nuns All Star e em mais umas traquitanas da Fossil.
Soube há dias atrás que o El Corte Inglés de Lisboa já tem um cartão idêntico para os estrangeiros que nos visitam. E, claro, para nós tugas também. Basta ter uns amigos de fora que cá venham ou com dupla nacionalidade...

Nesta zona, o metro quadrado custa 64.400 euros....Upa, upa.  Só por isto, já vale
a pena estar aberto 365 dias por ano, como acontece com a Apple Store
que factura 360 milhões de dólares ao ano.
E agora a loja mais bonita que vi por fora, principalmente à noite: o cubo em vidro da megastore da Apple, num dos extremos da "Million Mile", a 5ª avenida, quase a tocar no Central Park e em frente ao histórico Hotel Plaza. Esta loja está aberta 365 dias por ano e 24 horas por dia, facturando alguns millhões valentes de dólares ao ano. Mas só nesta zona, circulam cerca de 45 milhões de turistas por ano", o que ajuda bastante, lá está.
Voltando à loja, para lá entyrar é descer as escadas rolantes que nos conduzem a um piso subterrâneo onde existe um show room da marca. Podemos, e devemos, tocar em tudo à vontadinha. O espaço é bastante simples, com uma decoração despojada O que interressa mesmo é dar destaque aos produtos. E a avaliar pelas filas das caixas de pagamento, posso concluir que estão muito bem destacados, sim senhor. É sempre a facturar. Quem quiser comprar capas para i-Phone, i-Pad ou colunas de som, é aproveitar porque são mais baratas do que cá.


Para comprar CD's, esta foi uma das poucas lojas de música com que me cruzei, a Other Music, na Avenida A, Rua 4, em Alphabet City. Curiosamente, desapareceram as HMV e as Virgin todas e é uma verdadeira aventura procurar uma loja de música porque, simplesmente, são uma raridade! Pelos vistos, quem quer, compra pela net ou pirateia. Já agora, quem for a esta loja arrisca-se a cruzar-se com vedetas locais. O chinoca que nos atendeu é amiguinho do Panda Bear, com quem já gravou alguns sons e que até já foi sócio desta loja.

Comer bem e barato em Nova Iorque


A Deli mais próxima do Hotel Pennsylvania

Katzs Delicatessen, no 205 da East Huston St. Provavelmente o cachorro quente
e a pastrami sandwich mais lendários da cidade. Preços muito simpáticos e doses
bem generosas que chegam perfeitamente para dois estomâgos lusos.

Quem me conhece sabe que se há coisa que eu gosto de fazer é de comer. E Nova Iorque é um paraíso de sabores que nos permite experimentar comidas de variadas partes do mundo. E sem gastar fortunas, muito pelo contrário. Quem viajar com os tostões contados, tem sempre as Delis, mercearias de bairro que oferecem um buffet variado de comida a peso e onde podemos matar saudades da sopinha, que nem sempre é fácil de encontrar. Mas aviso já que ao fim de três dias a comer em Delis, a comida começa a saber toda ao mesmo... Mas lá que dá jeito levar uma caixita de comida para o quarto quando estamos de gatas depois de um dia inteiro a caminhar, lá isso dá. Até porque muitas estão abertas 24 horas por dia.
Como alternativa, temos os restaurantes italianos e os orientais que são bastante acessíveis, de um modo geral. E claro, estamos no paraíso da fast food. Tropeçamos em carrinhos e roulottes de cachorros e hamburgueres por todo lado. Curiosamente, muitos deles têm placas a a dizer o mesmo "Best burger in Town". São todos os maiores. "Best cheesecake in town". "Best Bagel in town". De certeza que há quem caia na esparrela.... Mas, enfim,  para quê comer fast food se é possível ir a locais decentes, e comer sentadinha, com pratos de louça e talheres de verdade, sem gastar muto dinheiro?

Um dos muitos vendedores de Pretzels.Gosto do contraste
da massa insonsa com as pepitas de sal na cobertura.
Restaurante Ucraniano em East Village. Não impressionou.

Já levava de Portugal uma lista de locais onde gostava de ir comer, embora não fizesse questão de a seguir à risca, que nisto das viagens o acaso é sempre bem-vindo. Mas dos locais que tinha em mente, queria pelo menos conseguir riscar dois da lista. E consegui. Fui a um restuarante ucraniano e a um venezuelano, ambos em East Village. E ainda fui a vários tailandeses e comi um brunch de domingo num mexicano. A ida a um chinês para comer dim sum é que não convenceu o M., tive mesmo pena... É que tinha um debaixo de olho que o Anthony Bourdain (amo de paixão!) até recomendou num programa sobre comida económica na cidade... chuif. Mas, enfim, viajar a dois também é fazer algumas cedências. Serve-me de consolo ter descoberto recentemente um restaurante chinês ma-ra-vi-lho-so em Oeiras ( a 20 minutos de Lisboa), e especializado em dim sum, onde até há famíilias de chineses sentadinhas a comer.

Restaurante Tenda bistro, em Brooklyn Heighs, na Rua Montague, nº 118.
Um acaso feliz, com uma ementa gigante de pratos asiáticos entre os 8 e 12 dólares.

Thai Beef com bróculos. Aprovadíssimo!
Além de comer em vários restaurantes asiáticos, fui a um venezuelano e a um ucraniano, ambos em East Village. No Arepa Caracas Bar, o prato da casa são as arepas, uma massa estaladiça que lembra uma óstia gigante e onde é colocado um recheio à nossa escolha. Escolho o menu arepa + sopa ou salada por 7.85 dólares. A decoração deste mini-espaço é um mimo! E precisamente por ser um espaço pequeno,  fiquei pouco à vontade para fazer fotos. Mas há sempre o site para ficar com uma ideia.

Arepa Caracas Bar em East Village, no nº 91 da Rua 7.

Tad's Steaks, um restaurante que serve apenas bifes de diferentes partes da
vaca. Há vários na cidade, este fica na rua 34 com a 7ª Avenida. É mediano, em 
qualidade e pratica bons preços tendo a conta que a carne é boazita.

Em Nova Iorque existe o culto do brunch ao domingo, embora em termos de variedade/preço a oferta não chegue aos calcanhares da oferta de Berlim. Ainda assim, fui parar a um mexicano por puro acaso enquanto procurava na 9ª Avenida um local para almoçar. Percebi que esta avenida tem muitos restaurantes e , por ser mais afastada das zonas mais turísticas, é mais calma e mais genuína. Foi assim que dei com o Arriba Arriba, ou com um deles, já que existem mais dois na cidade.



Para terminar, recomendo vivamente fazer, pelo menos, um jantar em Meatpacking District. Já tinha ido duas vezes a NY mas nunca tinha visitado este bairro à noite. Parece que a "beautifull people" da cidade vem toda aqui parar. A verdade é que me cruzei aqui com os homens e mulheres mais deslumbrantes que alguma vez tinha visto ao vivo e a cores. Eram de cair para o lado de tão bonitos e bem arranjados. O quarteirão, porque o bairro não passa de um conjunto de cinco ou seis ruas que rodeiam o mercado da carne, cheira a dinheiro que tresanda. Abundam as lojas de novos estilistas e de estilistas já com algum sucesso e muitos restaurantes com design e à média-luz. Acabei por entrar num tailandês  - o SEA - com um ambiente fantástico, uma decoração ultra-acolhedora, músíca um pouco alta demais e uma ementa variada em oferta de pratos e de preços. Tanto tinha pratos a 10 dólares como a 40.  E lá dentro, estava-se quase às escuras, sem exagero. O que me valeu foi ter um telemóvel com lanterna para conseguir ler a ementa. 

17 de Março - St. Patrick's Day Parade

Quando percebi que me convinha marcar a viagem a Nova Iorque entre Fevereiro e Março, fui ao "meu" site-maravilha -  http://www.whatsonwhen.com/ - ver o que se ia passar na cidade nesta altura do ano. Fiquei a saber que ia haver este mega-desfile anual do St. Patrick's Day e logo na sua 250ª edição, ena! Este é o maior desfile de Nova Iorque, feito em homenagem ao Santo Padroeiro dos irlandeses. Deu para ver, e bem, que há imensas famílias irlandesas a viver em Nova Iorque. São descendentes do enorme fluxo de emigrantes que para aqui veio entre o final do séc. XVIII e a primeira metade do séc. XIX. Ou seja, a coisa prometia ser animada. E foi mesmo.


Da rua 51 à rua 55, com a 5ª Avenida, o trânsito foi cortado logo bem cedo de manhã. E nunca, mas nunca tinha visto tantos homens de saia juntos de uma só vez! Os pubs irlandeses ( e existem "imensos por todo o lado!) estavam apinhados de gente logo pela manhã a "emborcar" cervejas atrás de cervejas.  Nas ruas, andava uma multidão com pessoas de todas as raças e idades, "decoradas" com berloques, vestimentas, chapéus, óculos, balões, e tudo mais que se possa inventar dentro do tema e, claro, de cor verde. A festa não passa de um desfile monumental com irlandeses vestidos com trajes típicos, halguns deles a tocar gata de foles, e marjoretes a rodopiar bandeiras. Para mim, bastou ver meia horita desta animação para ficar com uma amostra e depois seguir para outro lado que, esse sim, queria conhecer com calma e espaço para andar. Porque nestas ruas, caminhava-se a passo de caracol.






E a Broadway mesmo ali ao lado




Passei aqui muitas vezes, por ser tão perto do Hotel Pennsylvania. De noite, ainda tem alguma graça com as luzes todas a brilhar e o frenesim de quem entra e sai dos cinemas, teatros e restaurantes. Mas, ao lado de Tóquio, este "mini-concentrado" de néons parece uma anedota... Em folclore luminoso, esta cidade japonesa bate Nova Iorque aos pontos com os seus néons, LCD's gigantes, elevadores panorâmicos e monorails de superfície.... Qualquer semelhança é pura coincidência. Ainda assim, a Broadway.é sempre animada para a vista, para quem nunca viu tamanho amontoado de luzes, principalmente à noite. E é, provavelmente, a zona mais turística da cidade. Existem aqui "n" lojas que vendem t-shirts estampadas com "CSI New York", "NYPD" e toda uma parafernália de artigos a dizer "I Love New York" (yuck...)... O mais irónico de tudo foi ver um sem-abrigo na rua a apanhar latas do chão para um saco que tinha esta mesma frase escarrapachada...


E quem é que disse que esta é a cidade que nunca dorme? É que a Broadway às duas da manhã està quase às moscas....