Sandálias "James Bond" e sandálias "McGyver"

Ainda na linha dos adereços de viagem com compartimentos secretos, a Reef criou umas sandálias cuja plataforma permite guardar notas, cartões de crédito e cartões de quarto de hotel. Deste modo, quem vai a banhos não precisa de estar sempre com um olho na toalha. Mas aposto que os ladrões mais experientes já estão a par... As sandálias foram criadas a pensar no público femenino, mas o design é suficientemente neutro e permite que o sexo oposto as utilize também sem passar por embaraços.

A mesma marca, a Reef, criou também umas sandálias equipadas com abre-cápsulas. quem as utiliza deverá, no entanto, prestar muita atenção onde coloca o pézinho...

Cuecas para viajantes prevenidos...



 “Brief Safe”. É este o nome destas cuecas criadas propositadamente com um aparência pouco ou nada desejável de forma a intimidar eventuais ladrões. Contêm uma bolsa secreta que se abre e fecha com velcro, onde se pode guardar dinheiro ou documentos e são recomendadas a viajantes. A ideia é deixá-las à vista já que o seu aspecto 100% isento de glamour deverá ter um efeito repelente. À venda aqui. a preço de promoção. Onde? Nos Estados Unidos, pois claro.

Passeio até às montanhas do Atlas.

Depois de dois dias de assédio, e porque a cidade estava praticamente vista, pensei que talvez fosse boa ideia alugar um carro e ir fazer um passeio. Gostava de ter ido a a Essaouira mas apesar de não serem muitos quilómetros de distância, cerca de 170, avisaram-me que o trânsito não permite fazer a viagem em menos de três horas e meia ou mesmo quatro horas. Optei então por ir até Oukmaiden, uma estãncia de ski nas Montanhas do Atlas a 80 km de Marrakech, atravessando o Vale de Ourika. O almoço foi em Oukmaiden com vista para as pistas de ski. Foi engraçado estar de manga curta em Marrakech e, passado horta e meia, estar agasalhada em plena neve.


Posso dizer que adorei o passeio, quase todo feito ao lado de um riacho, passando por vilas encantadoras. Mas atenção, o assédio continua por todo o lado. Há sempre crianças à beira da estrada a vender flores e sacos com ervas aromáticas e assim que pomos um pé fora do carro saem logo pessoas debaixo das pedras com "n" traquitanas para vender... Há que saber de antemão que é assim mesmo e não há escapatória possível.

Não imaginava que existissemm tantas esplanads pitorescas, à beira
do riacho, como esta da imagem.
São muitos os guias que se oferecessem, a troco de dinheiro,
para nos levarem a ver as cascatas das região.

Fora de Marrakech - La Palmeraie

La Palmeraie, como o próprio nome indica, é um local nos arredores de Marrakech, a cerca de 10 km,  (uma hora de distância da caléche ou a cerca de 20-25 minutos de táxi) repleto de palmeiras. É nesta zona que ficam alguns dos melhores clubes e resorts da cidade, como o Amanjena, o Club Med La Palmeraie, a Nikki Beach ou o La Palmeraie Golf Palace, e também alguns campos de golf, sempre com uma vista magnífica para as montanhas do Atlas. Quem viajar com crianças, pode trazê-las aqui para fazerem um passeio de camelo.

As tinturarias da cidade rosa



Se não fosse a ajuda de um indígena, bem simpático por sinal, nunca teria encontrado as tinturarias de Marrakech. É um cenário bem interessante de observar, embora o fedor típico das tintas e da água suja nos entupa as narinas.... Como repararam, acabei por ceder aos serviços de um local. Eu que andava com um pó desgraçado à melguice, tive de aceitar que este ajudante foi muito esperto e soube levar-me. Já não era nenhum menino, devia ter uns 55 anos. Mas sabia as técnicas de marketing todas para seduzir o turista. Encontrei-o perto do "meu" riad. Meteu conversa conniosco, dizendo que a mulher dele era lá cozinheira. Foi gentil, nunca falou em dinheiro e depois de nos perguntar onde já tinhamos ido, disse que ainda não tinhamos visto a verdadeira alma da cidade pois tinhamos apenas passeado em zonas turísticas. E ali bem perto havia mercados onde não se via um turista para amostra. Ele podia levar-nos até lá e não queria dinheiro por tal. Aceitámos. Primeiro, levou-nos a uma "catedral" de especiarias e plantas medicinais e explicou-nos tim-tim-por-tim-tim cada uma delas, de onde vinham e no que eram usadas. Cheirei e provei uma data de coisas. É claro que acabei por comprar uns pózitos para cozinhar... Depois levou-nos a um mercado de velharias e a vários bazares e de facto não se via um turista. Mostrou-nos mesquitas, monumentos, ateliers de artesãos, antiquários e falou-nos dos hábitos dos marroquinos. É claro que no final lhe passámos uma nota para a mão pelo empenho e simpatia. Foi esperto este marroquino. Quando chegámos ao riad falámos dele ao gerente. Mas ele não fazia a mínima ideia de quem era este nosso guia porque a cozinheira era casada sim, mas não com este senhor... Descobri que era tudo uma grande tanga. Mas a gorjeta acabou por compensar o passeio. Ou seja, fui enganada mas com grande profissionalismo.

Lojas de especiarias e de artesanato

Vale a pena contemplar o design vintage de alguns produtos embalados
Especiarias, óleo de amêndoas doces, óleo de rosas, óleo de margão,
perfumes e chás são os produtos mais comuns à venda nestas casas.

A tecelagem de tapetes é uma das tradições marroquinas mais antigas,
remontando a cerca de 1500 anos a.C. Existem dois tipos de tapetes: os berberes,
de lá espessa e fundo vermelho (rurais), e os urbanos com motivos orientais da Pérsia
ou da Turquia.


        Andar a pé nas ruas pode ser uma aventura já que há
motas, bicicletas e burros sempre a passar. Mas é a melhor forma
de sentir o pulso à cidade. Quem quiser, pode andar de caléche e redor das muralhas
ou deslocar-se de táxi, o que custa quase sempre 2 a 3 euros por trajecto,
mas negociando o valor à partida.


Convém andar sempre com trocos no bolso para o caso de nos perdermos
e precisarmos de um mal muitas vezes necessário. um guia para nos ajudar.



Marrakech é um gigantesco mercado ao ar livre. Para onde quer que nos viremos, encontramos bancas de fruta e legumes, artesãos no seu tear a fabricar tapetes, artesãos de  ferragens, bancadas de tagines de vários tamanhos e cores, malas, cintos e sapatos de couro, especiarias, bolos e biscoitos tradicionais.... Ou seja, estamos permanentemente a ser convidados para nos aproximarmos para poder ver melhor a mercadoria. E se por acaso dedicarmos uma milésima de segundo a observar o que quer que seja, é certo e garantido que levamos uma "esfrega" de um vendedor a enaltecer as qualidades únicas e o preço tentador válido apenas naquele instante, não há cá tempo para pensar e regressar mais tarde. Confesso que não resisti a fazer umas compritas... Comprei um saco com uma mistira que levas mais de 30 especiarias e que liga maravilhosamente bem com guisados e tagines. Comprei chá de menta. Comprei dois candeeiros antigos de ferro forjado e vários cinzeiros de louça para oferecer. As malas tentaram-me, confesso... Há malas de viagem em pele bem giras. Mas qualquer compra que se faça significa um investimento considerável de tempo a regatear para o qual nem sempre há pachorra. Os impacientes podem sempre procurar as lojas oficiais de artesanato onde os preços são tabelados. É perguntar num posto de turismo onde é que ficam. Os artigos são mais caros, seguramente. Mas têm garantia de qualidade e para quem acha que tempo é dinheiro, talvez valha  a pena. Uma coisa é certa, para quem estiver a montar casa, vale a pena ir de carro até Marrocos (conheço quem o tenha feito) para comprar tapetes, louças, mantas, candeeiros, móveis e até mesmo azulejos artesanais.

Barbie marroquina

Portas de Marrakech

Outras visitas obrigatórias em Marrakech

A Mesquita de Koutoubia (séc. XII) cujo minarete serviu de
i nspiração para a Giralda de Sevilha.
Mesquita do Kasbah
Pavilhão construído no séc. XIX nos Jardins de La Menara como casa de férias
Ao fim de semana são muitas as famílias marroquinas que vão fazer pic-nics
e descansar nos relvados dos jardins que rodeiam La Menara, um lago artificial
cuja água abastecia a cidade e irrigava os campos cultivados em seu redor.

Marrakech fui fundada no séc. XI e ainda preserva muita da magia do seu passado, bem visível nos palacetes, mesquitas e souks da cidade velha. Localizada entre o deserto do Sahara e o Oceano Atlãmtico, esta cidade é um verdadeiro labirinto de ruas, ruelas e becos. A toore da Koutobia acaba por ser, quando visível, um ponto de referência para a nossa orientação. A forma que arranjei de decorar o caminho para o riad foi memorizar a porta da muralha mais próxima para tentar regressar pela mesma, mas fazendo o caminhosempre do lado de fora da muralha, já que o interior é uma confusão de ruas estreitas onde nem um mapa serve de ajuda. Quem quiser conhecer o comércio chique, deve caminhar para noroeste até ao bairro de Gueliz, onde vivem e trabalham muitos ocidentais.

Marrakech em Novembro


Faz agora dois anos que fui passar quatro noites a Marrakech, capital do antigo império marroquino, também conhecida como a cidade rosa devido à cor das suas muralhas e da maior parte das casas. Não conhecia esta cidade, mas tinha uma ideia do que como seria e ia mentalmente preparada para o assédio permanente de que iria ser alvo, até porque já estive na Tunísia. Mas aqui foi mais....digamos...mais intenso!
Há dois anos atrás ainda não havia voos directos. Quando cheguei ao aeroporto de Lisboa e vi a "pileca" de avião que ia apanhar para Casablanca fiquei espantada. Era bem pequenino, movido a hélices e com um aspecto algo ultrapassado. Em Casablanca apanhei depois a ligação para Marrakech. Curiosamente, apesar da viagem ser curtinha, este avião já era grandote e imponente. Depois o transfer (desta vez o preço compensou a compra de um pacote) levou-me do aeroporto até perto do ryad (5 km). Fiz questão de ficar num ryad para estar em plena medina e conhecer de perto o tipo de habitação onde vivem os marroquinos. Fiquei no Riad Sable Chaud. Mas se pudesse, gostava mesmo era de ter ficado no mítico Hotel La Mamounia, inaugurado em 1922, numa das suites com mordomo privado, ou no Hotel Amanjena.
Enfim, não se pode ter tudo. E como não fiquei em nenhum destes hotéis, com o dinheirão que poupei fui almoçar a um dos melhores restaurantes da cidade, o Dar Zelije. O espaço é lindo! E o serviço foi exemplar.

Riad Sable Chaud

Todos os riads têm uma fonte interior


O pátio do restaurante Dar Zelij
Ficar num riad em plena medina teve aspectos positivos e negativos. Positivos: esteticamente, os riads são bem mais charmosos do que um hotel, a decoração é tipicamente marroquina, estão localizados no coração da medina e o convívio com o pessoal e com outros hóspedes é propício. Temos uma atenção privilegiada por parte do staff. Aspectos negativos: se estiver muito calor, o que não era o caso, já que em Novembro apanham-se uns agradáveis 24 graus durante o dia, não há piscina. E o pior, a medina é verdadeiramente labiríntica!!! É  muito fácil perdermo-nos. Até aqui tudo bem, quem tem boca vai a Roma, pensava eu. Até vai, mas fica mais pobre... O problema é que de cada vez ( e foram muitas...) que pedia uma indicação a alguém, era literalmente chantageada. "Ajudou, agora tem que pagar!". Ah pois é. E existem verdadeiros profissionais na arte de nos esmifrarem os euros. Apanhei um que me veio mostrar o caminho para o riad com um amigo e depois exigiu  (bem diferente de pedir ou sugerir) que pagasse aos dois. E como os europeus são topados à légua, havia sempre alguém em cada esquina a perguntar se precisávamos de "ajuda". Se estivessemos com mapa na mão, o que percebemos logo ser um erro tremendo, ainda era pior. Chegámos mesmo a ser rodeados por um bando de "amigos" a querer ajudar. Ao segundo dia na cidade desenvolvi a estranha arte de ignorar as pessoas como se fossem invisíveis, o que é estranhíssimo de fazer, mas abonou, e muito, a favor da minha saúde mental. Que pena, porque a cidade é bonita , misteriosa e envolvente mas só conseguimos ter paz e sossego quando estamos no ryad ou num restaurante. Agora, é tudo uma questão de mentalização. Quem sabe ao que vai, como eu, até pode fazer um balanço positivo da viagem. Mas vi pessoas a passarem-se por completo e com vontade de fugir!

Mas vamos às fotos que mostram bem como Marrakech é cativante, principalmente fora dos meses de torreira. A Praça Jemaa-el-Fna é mesmo dos sítios mais espetaculares onde já estive, a fervilhar de vida a qualquer hora do dia ou da noite. O folclore é permanente e envolve todos os sentidos: temos sabores, cores, música, odores e gente a roçar-nos a todo o momento. De noite, a praça enche-se de fileiras de estaminés com esplanadas a servirem comida. Vale a pena experimentar a harira, uma sopa associada ao Ramadão que leva imensos legumes, e os grelhados. Nesta praça, em média, uma refeição fica em 3- 4 euros por pessoa. De início, fiquei desconfiada.. Será que é seguro comer aqui? Mas depois vi tantos turistas a comer que decidi arriscar. E não só não me arrependi como ainda regressei. Mas atenção, não é recomendável comer vegetais crus nem beber água de torneira, a não ser que queiram arriscar um desarranjo intestinal daqueles de fazer perder dois quilos em três dias....
^Mesquita da praça

Músicos, encantadores de serpentes, ervanários, feiticeiros, dentistas, há de tudo
nesta praça que constitui o centro nevrálgico da cidade. Vale a pena sentarmo-nos
numa das muitas esplanadas, como a do Café Argana, a apreciar o movimento.

Beber um sumo na laranja nesta praça é quase obrigatório.
São excelentes, bem servidos e baratos.

Casas de banho com vistas de babar!

Hotel Hyatt On The Bund em Shangai
Hotel Punta Tragara em Capri
Hotel Intercontinental em Hong Kong
Hotel Tongsai bay em Koh Samui, Tailândia

E eu que pensava que encontrar num hotel uma casa-de-banho limpa, espaçosa, com uma boa banheira com jacuzzi, boa pressão de água, roupão e chinelos, janela e "amenities" variados de marca francesa já era um luxo....Isto sim, é luxo de verdade. E não, não é para qualquer rabiosque...
Para ver mais, é clicar aqui.