Experiências únicas a viver na de ilha São Miguel

A minha experiência preferida já mereceu aqui um destaque especial, foram os banhos em águas termais nos vários locais que referi no post anterior. Banhos em piscinas naturais junto ao mar, em lagoas geotermais, em crateras de vulcões.. Mas há mais, muito mais para ver e fazer nesta ilha que justifica, pelo menos, três dias inteiros de passeio, no Verão, ou mais dias ainda se for Inverno.


1- ROTA DAS LAGOAS
Lagoa do Fogo na cratera do vulcão do Fogo, na zona central da ilha.
Lagoa das Sete Cidades vista ao longe
Margem da Lagoa das Sete Cidades. Fez-me lembrar a Escócia.

Existem sete lagoas em São Miguel. E se algumas são de fácil acesso e podem ser observadas em diferentes miradouros, outras são tão escondidas que só podem ser vistas depois de longas caminhadas ou então vistas do céu. Na minha opinião, as lagoas mais bonitas até são de fácil acesso: Lagoa das Sete cidades, Lagoa do Fogo e Lagoa das Furnas. E não faltam parques de merendas em redor com vista panorâmica que dão todo um novo sentido ao prazer de fazer um piquenique. Aliás, acho mesmo que nunca estive num destino tão convidativo para "piquenicar" como esta ilha onde, em cada curva da estrada, existem zonas de lazer ajardinadas, repletas de flores, com mesas e cadeiras fixas ao chão, zonas de sombra, lavatórios para lavar a louça, caixotes de lixo, sanitários limpos, zonas de barbecue, tudo isto a custo zero para quem quiser aproveitar. Parece bom demais para ser verdade, mas existe.


2- MIRADOUROS DE LUXO

Miradouro de anta Iria
Entrada do Miradouro da Ponta do Sossego
Zona de piqueniques onde apetece ficar...a viver!


Ao longo de toda a ilha, existem imensos miradouros. Mas aqueles que mais me marcaram foram os da costa norte de São Miguel. Acho que parei em todos, sem exagero, tendo-me demorado mais tempo num deles em particular, o Miradouro da Ponta do Sossego que foi construído em socalcos, criando vários níveis com zonas recatadas e vistas de cortar a respiração. Está tudo tão limpo, tão jardinado, as cores são tão vivas e a vista é de tal forma espectacular que parece que andou aqui alguém a retocar tudo com Photoshop! Não admira que ao fim de semana, na hora de almoço e pela tarde adentro as mesas estejam quase todas ocupadas. 


3 -AS FURNAS E O FAMOSO COZIDO


Existem aqui várias fumarolas em permanente actividade.
É nestes buracos que se enterram as panelas com os ingredientes
do cozido que leva entre 6 a 8 horas a cozinhar. Há um funcionário
que ajuda a tapar e destapar as panelas e a vigiar a cozedura
que vive de gratificações. 

Ao fim de semana, vem aqui muita gente enterrar panelas por volta das
5 da manhã.

Foi neste restaurante na vula das Furnas, recomendado por vários "indígenas"
e emigrantes com quem me fui cruzando, que provei o famoso cozido.
As principais diferenças entre este cozido e o Cozido à Portuguesa é a
falta de molho, o tom acobreado da comida e um sabor ligeiramente férreo
mas agradável. 



4- PLANTAÇÔES DE CHÁ DA GORREANA




Muita gente desconhece que a Gorreana é a única plantação de chá que existe na Europa. Criada em 1883, mantém praticamente intactas as técnicas de cultivo, apanha e tratamento das folhas de chá que, depois detratadas e embaladas, são exportadas para o mundo inteiro. Apesar de ser um local muito visitado, basta uma curta visita para perceber que tem resistido ao turismo de massas. As instalações são modestas, a exposição com a história da marca é básica, o café onde nos podemos sentar a lanchar é do mais simples que há e até as bancas de produtos para venda são bem simplezinhas. Devo dizer que a minha reacção incial foi de desilusão. Comecei logo, mentalmente, a fazer um "extreme make over" às instalações e a engendrar planos de marketing para tornar tudo mais atraente. Mudava isto, melhorava aquilo, fazia assim, alterava assado, até que, de repente, percebi que esta fábrica, como aliás toda a ilha de São Miguel, devem uma boa parte do seu encanto a esta simplicidade, São raros os autocarros de excursões, não há encontrões nem flashes de máquinas a disparar a toda a hora, não há lojas de souvenirs, não há salas de chá com macaroons e cupcakes a armar ao pingarelho, não há um museu com tecnologia multimedia interactiva. É tudo naturalmente simples e "descomplicado". Sem corantes nem conservantes.


5- ARTE URBANA




Eu que sou uma "papa-arte-urbana", nem queria acreditar na quantidade e na qualidade dos murais que fui encontrando em Ponta Delgada nos locais mais inesperados. Estava longe de imaginar que a cidade tivesse tantos e tão bons exemplos de murais. E isto intrigou-me. Só quando deixei a ilha de São Miguel para viajar para o Faial é que reparei, em pleno aeroporto, num cartaz com um mapa da arte urbana de São Miguel. Fiquei a saber que estes murais resultaram de uma iniciativa denominada de Walk&Talk Açores, um festival anual de arte urbana que já vai a caminho da quarta edição e no qual participam artistas do mundo inteiro! Vale a pena clicar no link e ver alguns dos trabalhos espalhados por Ponta Delgada que incluem nomes internacionalmente reconhecidos sem esquecer o nosso Vhils. Muito à frente esta ilha!


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