As tinturarias da cidade rosa



Se não fosse a ajuda de um indígena, bem simpático por sinal, nunca teria encontrado as tinturarias de Marrakech. É um cenário bem interessante de observar, embora o fedor típico das tintas e da água suja nos entupa as narinas.... Como repararam, acabei por ceder aos serviços de um local. Eu que andava com um pó desgraçado à melguice, tive de aceitar que este ajudante foi muito esperto e soube levar-me. Já não era nenhum menino, devia ter uns 55 anos. Mas sabia as técnicas de marketing todas para seduzir o turista. Encontrei-o perto do "meu" riad. Meteu conversa conniosco, dizendo que a mulher dele era lá cozinheira. Foi gentil, nunca falou em dinheiro e depois de nos perguntar onde já tinhamos ido, disse que ainda não tinhamos visto a verdadeira alma da cidade pois tinhamos apenas passeado em zonas turísticas. E ali bem perto havia mercados onde não se via um turista para amostra. Ele podia levar-nos até lá e não queria dinheiro por tal. Aceitámos. Primeiro, levou-nos a uma "catedral" de especiarias e plantas medicinais e explicou-nos tim-tim-por-tim-tim cada uma delas, de onde vinham e no que eram usadas. Cheirei e provei uma data de coisas. É claro que acabei por comprar uns pózitos para cozinhar... Depois levou-nos a um mercado de velharias e a vários bazares e de facto não se via um turista. Mostrou-nos mesquitas, monumentos, ateliers de artesãos, antiquários e falou-nos dos hábitos dos marroquinos. É claro que no final lhe passámos uma nota para a mão pelo empenho e simpatia. Foi esperto este marroquino. Quando chegámos ao riad falámos dele ao gerente. Mas ele não fazia a mínima ideia de quem era este nosso guia porque a cozinheira era casada sim, mas não com este senhor... Descobri que era tudo uma grande tanga. Mas a gorjeta acabou por compensar o passeio. Ou seja, fui enganada mas com grande profissionalismo.

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